- Área: 310 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Haruo Mikami
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Fabricantes: Hunter Douglas, Atlas Concorde, Criarte Esquadrias, Marmoraria Alvorada, Suvinil
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa Franca localiza-se em um lote urbano em uma das áreas residenciais unifamiliares de Brasília, o Lago Norte. A recente baixa no valor dos aluguéis e a pouca valorização dos terrenos de casas nos últimos anos favoreceram a recente mudança de perfil do bairro. O Lago Norte conta hoje com uma população mais jovem com filhos e a ocupação de casas por outros usos tais como repúblicas ou mais de uma família por casa, o que aumenta a densidade de habitantes do bairro. Vimos nessa movimentação recente uma nova oportunidade para reativar a ideia da casa como extensão da rua e vice-versa, algo que era comum nas décadas anteriores. Por isso a ideia primordial do projeto foi reforçar a possibilidade de conexão entre os espaços público (rua) e privado (casa). Partimos do princípio de que contato visual da casa com a rua pode criar o efeito de “vigilância natural”, diminuindo a sensação de insegurança e estimulando seu uso.
O portão de acesso é transparente. Construído em estrutura de perfis e tela metálicos ele pode ser totalmente aberto, deixando o piso interno inteiramente conectado à rua através da rampa. O piso da rampa de acesso em pedra lixada se conecta à calçada pública de concreto, nivelando os materiais e criando uma superfície contínua. A maior parte do térreo configura-se como um único ambiente que abriga os usos de sala, jantar e cozinha. É um espaço caracterizado pela estrutura aparente de pilares e colunas de concreto e fechamentos em vidro que possibilitam uma conexão visual plena entre o espaço público e os fundos do terreno. Nesse trecho majoritariamente transparente a estrutura deixada à mostra não esconde as imperfeições de sua execução e as marcas das fôrmas para concretagem que foram utilizadas na obra, o que se contrapõe às superfícies uniformes e com poucas aberturas dos volumes no segundo andar e em parte do térreo. Eles abrigam os ambientes para os quais víamos a necessidade de maior privacidade ou maior controle da entrada de luz natural tais como quartos, banheiros e serviços da casa.
Dois terraços descobertos foram criados no segundo andar. O primeiro abre-se para a rua e para o quintal, conectando-se visualmente à sala através de um assento-visor que se abre para um vazio central de dupla altura. O segundo possui uso privado e é conectado diretamente ao quarto do casal. O prolongamento de parte das paredes das empenas teve o objetivo de proteger os terraços do sol excessivo ou proteger o interior de visuais que não eram desejadas.